quinta-feira, 11 de maio de 2017

Leitor analisador e leitor (re) construtor

        Existem várias hipóteses sobre os processos mentais relacionados à leitura, entre esses processos, Kato (1999), enfatiza aquele em que o leitor participa reconstruindo o discurso do escritor. Na área de compreensão e leitura, há duas hipóteses opostas, ambas descrevendo leitores ideais e considerando o texto uma unidade formal, com significado próprio, sendo estas hipóteses ascendente (bottom – up) e descendente (top – down).
        A hipótese ascendente (ou dependente do texto), é aquela à qual o leitor  faz uma análise visual e minuciosa dos dados e a partir dessa análise ele procura entender o significado do todo. Esse tipo de leitor é denominado como leitor analisador.
        Já a hipótese descendente (ou dependente do leitor), a ênfase é dada aos conhecimentos prévios do leitor e de sua capacidade inferencial para antecipar o entendimento do texto, nesse caso o input visual fica em segundo plano (KATO, 1999).
        Apesar de serem opostos, segundo Kato (1999), se os dois processos forem usados de modo a complementar um ao outro, estes estabelecem uma interação entre leitor e o texto, dessa junção se obtém como resultado um leitor construtor – analisador, mais fluente e preciso.
        Sendo assim, Kato (1999) relata que partindo do ponto da leitura como um ato de comunicação regido por regras conversacionais, o escritor e leitor firmam um contrato de cooperativismo baseados em quatro princípios: escritor informativo/leitor compreensivo, escritor sincero/leitor crédulo, escritor relevante/leitor assertivo e, por último, escritor claro e um leitor que espera o uso de recursos linguísticos simples. A falta de um desses princípios pode significar para o leitor uma ocultação do autor (do seu real desejo).
        Dessa maneira, Levy (apud, Kleiman, 1999), relata que a interação leitor – autor preconiza que a recepção é um processo no qual o leitor segue modelos deixados pelo autor, por conseguinte, o leitor se coloca na posição do autor com vistas a entender os seus objetivos. A partir deste percurso constrói-se o leitor-reconstrutor.
       O modelo proposto por Levy (apud Kleiman, op.cit.) vê a produção como um processo de planejamento que codifica seus objetivos utilizando estratégias comunicativas. Compreende-se por planejamento o processo por meio do qual o produtor constrói um esquema de ação com a meta de atingir um ou mais objetivos e por estratégia comunicativa o modo como o produtor realiza seu objetivo comunicativo.


KATO, M. O aprendizado da leitura5ed. São Paulo, Martins Fontes, 1999.

KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria e prática. 10ed. Campinas, Pontes, 2004.

Postado por: Ana Paula
Revisado por: Felip Alves

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