Com
referência à prática pedagógica nas escolas, estas se utilizam de cartilhas,
livros e manuais didáticos para trabalhar a leitura e escrita em sala de aula.
No entanto, os alunos não conseguem aprender o modelo de escrita apresentado
pela escola, pois esta não prioriza pontos importantes como: Quais são as
condições atuais de leitura? Quem lê? Quem escreve? Para quê? Por quê?
No
trabalho pedagógico das práticas de leitura e escrita, a interacionaldade
ideológica, seja em relação à linguagem escrita ou oral, foi esquecida, desse modo,
o docente não é conduzido a produzir texto, mas sim a reproduzir. A partir
desse ponto de vista, o aluno é moldado ao padrão escolar, ficando este
impossibilitado de gerir seu próprio conhecimento de mundo.
O
processo de interação entre professor e aluno, geralmente é exemplificado com a
figura do educando como detentor do poder e o docente como o ser passivo, sem
que haja troca dos papéis. E quando o aluno re(produz), o professor não está
interessado em sua produção, mas em se ele conseguiu reproduzir o modelo
proposto.
Os
sentidos que as crianças atribuem à escrita são variados e dependem de suas
experiências como de seus conhecimentos adquiridos.
Em
relação à questão oralidade, o processo de construção de redação é uma disputa
(não uma integração) constante entre a competência linguística e a imagem de
uma língua escrita que possua o molde padrão, culto da mesma. Portanto, na
necessidade de mostrar que “sabe”, o estudante nega a sua capacidade
linguística oral. (BRITO, 1985).
Geraldi (1985) conclui que, nessas condições, quanto menos
conhecimento específico sobre a linguagem escrita (metalinguístico) a criança
tem, mais noção da funcionalidade escrita ela demonstra.
É preciso não perder de vista que o
autor/sujeito emerge do discurso na escritura, e que se deve trabalhar a
leitura e a escrita como práticas discursivas. As situações de
ensino/aprendizagem devem ser instauradoras da relação de interação e
interlocução, pois esta é objeto de conhecimento e constitutiva do conhecimento
na interação. Não se trata apenas de ensinar a escrita, mas de usá-la como
interação e interlocução na sala de aula, experimentando a linguagem nas suas
várias possibilidades.
BRITO, P.L. Em terra de surdos-mudos: um estudo sobre as condições de
produção de textos escolares. In: GERALDI, J.W. (org). O Texto na sala de aula. Cascavel: Assoeste,
1985.
GERALDI, J.W. (org). O Texto na sala de aula. Cascavel: Assoeste,
1985, p.109-119.
SMOLKA, A.L. A criança na fase inicial da escrita. S. Paulo:Cortez, 1988.
Postado por: Ana Paula
Revisado por: Felip Alves
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